segunda-feira, 31 de maio de 2010

Princípios do Hapkido

Para uma verdadeira compreensão do Hapkido, são de suma importância a observação e o entendimento de três princípios básicos que norteiam a aplicação desta nobre arte.
O primeiro principio a ser destacado é o da NÂO-RESISTÊNCIA. O objetivo deste principio é não se opor diretamente a força do adversário, de modo que a força utilizado pelo atacante reverta diretamente a ele.
A segunda diretriz é a do PRINCÍPIO DA ÁGUA. É a total penetração na defesa do adversário de maneira fluida e flexível.
Finalmente, o terceiro princípio do praticante de Hapkido é a UTILIZAÇÃO DO CIRCULO. É a movimentação aplicada com a força do atacante, de modo a desviá-la controladamente e, então dirigi-la na direção desejada.
A utilização destes princípios possibilita as movimentações do praticante de Hapkido frente a situação de perigo. Permite opção de escolha do grau e da intensidade que a defesa reverterá ao atacante. A aplicação harmoniosa de todos estes princípios se estende, paralelamente, ao dia-a-dia do praticante.

NÃO – RESISTÊNCIA

¨A melhor maneira de atravessar um rio é ir nadando em direção á outra margem e, ao mesmo tempo, deixando que as águas o levem onde elas querem ir ¨ . André Carbonell

Na luta: procure não confrontar força com força. Se o adversário desfere um chute ou soco tentando atingi-lo, desvie o necessário: sair da linha de ataque é a melhor defesa. Não permita que a energia aplicada pelo oponente atinja o destino desejado. Assim, o adversário estará gastando sua energia sem nenhuma eficiência e você estará se preservando, ao não confrontar nem gastar sua própria energia de forma passiva.

Na vida: Devemos perceber rapidamente quais forças e circunstâncias que atuam sobre nós, a determinar o nosso meio, agindo de forma harmônica sobre elas, em consonância. As relações entre pessoas ou grupos podem ser divididas sempre em duas partes. Uma delas é a da pessoa como individuo (50%) em relação aos outros. E a outra parte corresponde a todos os outros em relação a você. Assim podemos concluir que temos apenas controle sobre metade da situação. O restante depende de como lidamos com seu meio e com as pessoas que dele fazem parte. É prudente sempre ouvir primeiro, refletir, concluir e, depois, falar, buscando argumentos de persuasão que estejam de acordo com seus próprios princípios e que sejam verdadeiros. Ou também ter flexibilidade para incorporar novas filosofias que sejam, após avaliação, consideradas adequadas.


PRINCÍPIO DA ÁGUA

Na luta: é impossível protegermos todas as partes vulneráveis do corpo ao mesmo tempo. Enquanto estamos defendendo uma região mais sensível, como braços e pernas, estamos expondo outra parte menos provável, sensível ou óbvia. Assim devemos usar os conhecimentos de pontos fracos para minar sistematicamente áreas menos comuns ou óbvias de ataques. Pois estas estarão mais acessíveis e podem ser tão eficientes nos resultados finais quanto áreas como a face, que é a primeira parte a qual pensamos em atacar, mas é a também a primeira a defendermos. Devemos ter paciência e segurança, para não nos precipitarmos em ataques não produtivos, ou que nos exponham demais a contra-ataques. “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Uma forma possível de alcançarmos melhores resultados num ataque é a dissimulação, o chamado drible, que chama a atenção para região do corpo escondendo as reais intenções de ataque em outra área desprotegida.

Na vida: devemos estar atentos para identificarmos sempre as oportunidades que surgem, mas que deixamos de aproveitar. Seja por não acreditarmos em nossas capacidades, por preconceitos e medos, ou por sermos refratários a mudanças na nossa vida. Devemos manter nossas mentes abertas atentas para avaliarmos com clareza e serenidade as possibilidades que se apresentam em nossas vidas.

ULTILIZAÇÃO DO CIRCULO

Na luta: uma forma de conduzir e transformar uma energia de ataque despendida pelo oponente contra ele mesmo é a utilização do “Kompop” – assumir e visualizar no espaço de combate uma circunferência imaginária e se colocar no centro da mesma. Com isso, uma energia que, inicialmente, seria frontal e poderia atingir diretamente, perde seu destino e se transforma em movimento dinâmico que estará sob controle, desequilibrando o adversário e propiciando o uso deste movimento contra o próprio agressor.

Na vida: talvez o conceito de círculo seja um dos aspectos que mais se funde como aprendizado e o dinamismo que temos vida afora. Podemos observar que a natureza e tudo que a compõe funcionam na base de ciclos que estão em uma harmonia dinâmica: morte e vida, para desviar de um ataque e transforma-lo em movimento pode ser interpretado como um acontecimento negativo na vida, que leva à ação para transformá-lo em algo positivo. Isto depende única e exclusivamente de seu posicionamento em relação ao fato ocorrido.

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